O nosso medo de compartilhar nossos pensamentos, ressurge dos dogmas e pressupostos das esferas mais comuns que carregam debaixo de si seus grilhões, os quais nos prendem ao cárcere da repetição. Temos medo de expor nossos gostos, frutos, desenhos, cantos, e diversas outras expressões, principalmente quando não estão de acordo às declarações normativas que nos deparamos no dia a dia.
Normas, dogmas, leis, todas sacramentam a idéia de imobilidade de nosso pensamento que é castrado e podado diariamente a cada segundo, a cada outdoor, a cada clique no mouse, no controle remoto [...]
Ajustados para nos sintonizarmos em uma só freqüência, a de submissão e servidão, nós não questionamos os ditames mais absurdos que nos são arremessados à face nesta vida. Aprendemos cada vez mais a ter nossos sentidos e membros estimulados exclusivamente por um impulso comercial ou eletrônico de alguma antena próxima de alta irradiação. Enquanto que em meu universo não tão paralelo assim (lugar onde ouso achar), ronda-me a idéia de seres criativos, com diversas formas e expressões, não só mentais, mas físicas também. Sorrisos, formas, contornos, vivencias, ideais, raízes diferentes de seres que não podem ser sujeitos a uma monocultura humana que lhes amputa a liberdade e criatividade, restando-os apenas a repetição exaustiva e a infelicidade, acreditando estes, que isso seja a sua única saída dentro de toda eternidade. Ledo engano (ouso afirmar).