Quando conversamos com alguém pela primeira vez trocamos algumas perguntas, todas elas estão no mesmo pacote e têm o objetivo comum: desvendar quem é o sujeito. Não importa como somos, nossos trejeitos, nossos gostos e preferencias, sempre haverá um onde, um cenário. Os romances precisam de um lugar. A lua carece do mar para embriagada se escorar em luz.
Os lugares são produtores de dimensões infinitas que amontoam sobre si cada instante, cada segundo, a cada milésimo de vida que escoa, que é dita, provada, implodida. Compõem-se assim cada aura desses lugares com as energisa depositadas alí. Os palcos onde encenamos nossa juventude são mágicos, eles possuem o encantamento próprio que proporcionam a cura. Nós triunfamos além das dimensões e acessamos à nós mesmos em diversas fases e cenas, lá no meio da areia, cá dentro de si.
Alquimicamente nascidos por impulsos biologicos-nervosos, químicos-hormonais, naturalmente psicodélicos, navegamos inesperadamente no invisível caminho da lembrança deixada inconscientemente, sem intenção. É essa ausência de propositalidade que me indica que as grandiosas ódisseias acontecem em dias intencionalmente comuns e não ficarão apenas para Homero, mas para toda a eternidade.