segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

11 dez

don't let the eagles influence your hapiness

23 de dez

subo até o ponto mais alto para ter certeza
de que em um salto solto tudo que preciso
para ser agarrado pelo nada,
ser (e)levado pelo vento

pega

E para que lado é o sucesso de que tanto vocês falam?
vejo a correria, vocês competem, tropeçam, se empurram
dedo no olho, cadarço mal amarrado, se bate no poste
pega o onibus para o sucesso
o onibus, ta cheio
tá lotado
de quem ta cansado
de correr pelo que é volatil
o primo da sobrinha do tio do vizinho viu, conseguiu
corre, corre, correria
a cada pista do maldito
a rota muda
os hematomas crescem
e o caminho nem lembram

01 maio de 2016

chama



sinto um chamado que surrupia pelo ar, vem me buscar aqui na cidade
meio a pedra, a fumaça, meio ao asfalto
é a brisa das montanhas que rodopiou tudo isso para me ver
é o fio de água que caminhou o sertão para saciar minha sede
é o passarinho
a flor da rua
o sorriso da velha
é o hálito fresco da natureza que sempre me abraçou
é o útero da terra que me chama para nascer mais uma vez
e eu vou

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

meu centro
entro
me sento
entre
os lados
dados
pro alto
ao
céu
sigo
igual
as
estrelas


10 de out. 2016

está tudo bem

    pai, mãe, família,



está tudo bem
sempre esteve
mas agora posso enxergar
está tudo bem
sempre esteve

agora sei como caminhar
não sei como será o caminho
sinto o fluxo e confio

confiem, está tudo bem
sempre estará bem

muito amor
muito muito amor
em todos os cantos

semeando
fico bem

17/10/2016


domingo, 10 de julho de 2016

não vou passar a vida sobre meia-dúzia de lembranças
quero construir uma montanha
o templo sagrado, onde serei enterrado e meu corpo
será só mais uma experiência entregue ao monte
 reconecto-me à vida
a vida me conecta ao que preciso
eu me agarro ao fluxo
me entrego
ele me agarra
me arrasta nas correntezas
para onde devo ir
confio sem medo
à vida
fecho os olhos
com a certeza que chego

junho,2016

anjo

Instruir-me.
Agora a vivência é chegada, os últimos preparos tem de ser feitos, mas também não são poucos.
A mudança é urgente! O campo vai ser ceifado pois assim não irá brotar.
O corte faz parte da vida, da abundância, do surgimento: a navalha, o corte do umbigo.

maio,2016

terça-feira, 26 de abril de 2016

famille

Eu estava ao lado, sempre estive
Aí começou a não me caber, o horizonte esta tão próximo
As minhas pernas, os meus braços vão mais longe
Então eu dei um passo a frente
Quero te contar como é o horizonte
Quero ir a frente já que prefere a beira da estrada
Eu caminho, no passo
Não, não dei as costas
No infinito, o caminho é só um loop
Vamos nos encontrar, tudo se encontra no infinito
Eu vou pra dentro de mim, onde posso ter, onde posso amar
Fundo.. fundo, mas tão fundo que não há mãos para controlar
Não há pés para fugir
Não há olhos de julgar
É o lugar que quero que conheça
Onde a paz reina, onde podemos ser felizes

Dentro de nós.

foi-ce

Eu sei que já vem a faca
O corte
o sangue
O povo corre, mas é o enredo
É o corte, é a morte
Cabeça da nobreza
Pé do pobre
Ninguém escapa
É a corte
É o pobre
Todo mundo morre

No fio da navalha

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Ta no meu cigarro também essa ânsia de viver
Ta um pouco na brasa que consome a vontade de gastar a vida que tenho em minhas maos
Ta no gozo a minha inconsequenci
Eu quero o êxtase de viver ao maximo
Quero me dopar em serotonina
A minha felicidade é urgente
O meu cigarro tá aceso
O meu pigarro é o limite
O meu trago é em vida
O meu lado é a morte

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

colarinho

Roupa de gente do mundo civil
Olhar mudo de quem pede socorro
Nome em sigla pra não destoar
Sapato bem justo, dedos dobrados
Barba sufocada, pele anêmica
Olho rachado, o corpo fadiga
Roupa de gente do mundo civil
Gente que rouba no mundo hostil
Agulha na lingua do beijo concreto
Roupa de gente do mundo civil
O papel que te marca preto e branco
A marcha matinal do sol que nasce
O toque de recolher vigia o céu
Sapato sufocado, corpo fadiga
Óculos rachado, plebiscito infantil
Cadeia de galhos, cama de arame
O morto suspira o único de mil
A candura de quem vai livre daqui
A miséria do mundo te pede socorro
A faxineira segunda passa de novo
A roupa uniforme de uma nação inteira
A farda extensa de uma gente civil