segunda-feira, 6 de outubro de 2014

son pardon



Desculpe o meu modo de dizer, posso parecer grosseiro,
mas há certos tipos de coisas que meu ser não aceita mais, instintivamente rejeita
Treino a tolerância externamente, todavia aquilo que transparece é o que intravive em meu ser
E é mais rude do que eu, é mais forte do que essa casca
Ando intolerante com esse odor, com essa brisa leve e venenosa que nos ronda
Ojerizo certas coisas, que por mais certas que pareçam à todos, me encabulam por outro lado
Encabulam minha casca fraca, mas já disse: Sou rude, grosso, intolerante
Eu não alimento essa seiva que corre em mim, vocês a alimentam,
dão o seu próprio sopro a ela, ora o sangue de outrem...
Intolero, anseio o vômito...
Passo a cada passo sozinho até encontrar ásoutros intolerantes de barbáries, pois ando constantemente engasgado, enjoado...
Meu ser cospe o mundo as vezes - apenas um retorno de quem foi atirado na fogueira moderna, contudo não menos sanguinária
Ainda há a chama da fogueira...
Ainda há o pigarro da fuligem...
Aos que sobreviveram, ainda os procuro...
Pelo os que morreram e existem, busco-os ressuscitar...
Aos que foram assassinados, tenho sede de justiça..
Intolero como não me toleras
Desencanto-me num segundo
despojo o meu vomito para que vejam
depojo-me para que me sintam - a seiva urticante
E quando eu tocar em vocês quero que se cocem até que não se tolerem
A balança fará com que seu espelho se quebre também
Oro para que busquem os pedaços de si até que descubram que não são nada mais do que o nada, pois disso já sabemos.