sábado, 6 de dezembro de 2014

arlequim

A palhaçaria só é para os puros de coração: as crianças
que o tempo passe e elas não morram
os que deixaram suas crianças morrer riem frouxamente
os que não deixaram suas crianças morrer riem frouxamente
riem frouxamente com um desses sonidos
balbuciados com graça, com qualquer expiração de alma - boa e ingenua
que contamina e dissemina a paz singela
e pintados de aquarela encantam disfarçados de humanos esses anjos
que tem os olhos grandes, boina e nariz vermelho
passeiam por perto de nós com o suspensório avexado
um sorriso abestado de pureza e amor
capazes de curar os corações machucados
secar lagrimas de dor e inundar as faces de pura felicidade
são os heróis à margem, são os peões da fantasia, senhores da estripulia
palhaços sem embaraços, pois são o próprio nó
a própria corda, bamba, como num samba
que se fossem certos não seriam divinos
são exóticos, são lindos, são anjos aflitos, missionários de graça
alumiam os cantos das praças de qualquer coração
quisera eu ser anjo, dono da graça,exótico,
ser palhaço senhor da praça






segunda-feira, 24 de novembro de 2014

desconhecidos

Desconhecer-se é um hálito da vida que nos seduz
Reconhecer o desconhecimento de si é uma virtude que nos conduz à futura sabedoria
Quando dizemos: "estou me desconhecendo"
É um passo dado à luz de si mesmo, é perceber a incapacidade do nosso racional captar-nos por completo
É admitir a amplitude e infinidade de nossas expressões pessoais, que são consumidas e construídas num ciclo que a cada era parece passar mais rápido
Permitir desconhecer-se é abdicar de uma identidade construída - fruto de uma pressão externa
É transcender o externo que te oprime, sucumbindo à uma viral semente que irradia latente em nós
Gérmen desconhecido, nos dá medo
Fizeram-nos temê-la
O medo nos afasta de nós mesmos
E ele nada mais é do que essa distância de si
Desbravar o universo interno é uma caminhada sem volta
Deparar consigo mesmo é avistar uma pequena terra de uma ilha que jamais será esquecida
Aventurar internamente é preciso, é a virtude para a alquimia
Já estamos de couraça sob a alma, somos viajantes medrosos
temos um véu a retirar, um breu para iluminar, uma toca a adentrar...
conhecemos marte e o medo, não a nós mesmos...


sábado, 8 de novembro de 2014

porta-retrato

E de repente aquela dor que parecia me matar
agora não dói mais, não me machuca
é insossa, apenas uma foto manchada de sangue
nada mais cheira
nada de pontiagudo,
estridente ou áspero
nada mais fere
nada mais.
trouxas são os loucos,
chamados assim pelos reais doidos
que não mostram seu coração

barro

E o sertão chegou aqui
a estiagem me abraçou secamente
...pele rachada, áspera
não me feriu, mas despertou a aridez
levou a moiada emoção daqui de dentro
o riacho tá contido
as moringas estão vazias
e eu...
eu choro o pó vermelho
quase o meu sangue
meu sangue
minha moringa

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

son pardon



Desculpe o meu modo de dizer, posso parecer grosseiro,
mas há certos tipos de coisas que meu ser não aceita mais, instintivamente rejeita
Treino a tolerância externamente, todavia aquilo que transparece é o que intravive em meu ser
E é mais rude do que eu, é mais forte do que essa casca
Ando intolerante com esse odor, com essa brisa leve e venenosa que nos ronda
Ojerizo certas coisas, que por mais certas que pareçam à todos, me encabulam por outro lado
Encabulam minha casca fraca, mas já disse: Sou rude, grosso, intolerante
Eu não alimento essa seiva que corre em mim, vocês a alimentam,
dão o seu próprio sopro a ela, ora o sangue de outrem...
Intolero, anseio o vômito...
Passo a cada passo sozinho até encontrar ásoutros intolerantes de barbáries, pois ando constantemente engasgado, enjoado...
Meu ser cospe o mundo as vezes - apenas um retorno de quem foi atirado na fogueira moderna, contudo não menos sanguinária
Ainda há a chama da fogueira...
Ainda há o pigarro da fuligem...
Aos que sobreviveram, ainda os procuro...
Pelo os que morreram e existem, busco-os ressuscitar...
Aos que foram assassinados, tenho sede de justiça..
Intolero como não me toleras
Desencanto-me num segundo
despojo o meu vomito para que vejam
depojo-me para que me sintam - a seiva urticante
E quando eu tocar em vocês quero que se cocem até que não se tolerem
A balança fará com que seu espelho se quebre também
Oro para que busquem os pedaços de si até que descubram que não são nada mais do que o nada, pois disso já sabemos.

domingo, 28 de setembro de 2014

(B+b).h


Geometria



E essa geometria sinuosa do mundo que me ronda
me assusta com suas simetrias pitagóricas
seus conceitos quadrados...
...apenas bailo dentre as formas
como quem toca e retoca as arestas sem cor
Debaixo desses lados há um pouco mais de vida
e nessa dança vou atrás da bendita
dessa arisca
dessa arriscada
riscada
isca
vida

Sobre a noite passada...

A alegria da rua somos nós!
Dentro da festa sinuosa os desníveis da rua eram o gingado e a dança – puxa e traz
Claves no chão a quem se dispusera correr num samba de sobriedade
Capoeira, dendê, gente desconhecida, gente mais que conhecida
Como o farrapo nobre que baila nas garrafas, as medidas me desconcertavam
As luzes me inclinavam aos tombos coreografados
Olhos perdidos dançavam procurando a farra sob a égide do céu estrelado, do mar que cantava o chocalho das sereias
Fomos a farofa da noite que a brisa dispersou sobre as cabeças ocas
Somos brincadeira cigana em cada canto
O molejo volátil, etilizado pela noite fria, que não parava de esquentar
E tomou vida própria...
Os táxis pararam
Atrapalhamos o transito
Os postes nos saudaram
As calçadas desnudas, imundas, empoladas de lixo
SORRIRAM...
E sorrimos de volta
Sambamos
E demos mais voltas sem chegar ao fim
Quem precisava do fim quando se sambava a vida
Ainda somos a vida da rua
O riso da meia noite
A gargalhada dos bares
A silhueta suada
A agonia da vigilância
Fomos e somos a sumidade à beira-mar
Cantos roucos de alegria
Olhos frouxos imaculados da esbórnia
Fechamos a noite sem findar
E sem haver qualquer discórdia
ainda esta estamos lá.
É só procurar...

Sem título



Escrevo os poemas pensando no fim deles
eles são como estorinhas que contamos às crianças
Nascem do nada e vão-se ao nada
Mas acho que todas as coisas são assim.
Assim como os meus poemas, nascem do nada e voltam pro nada
Essas idéias vagueiam por aí e as dou corda, bastante mesmo
Muitas delas saem e voltam sem mesmo perceber, fazem uma farra la fora e voltam cínicas pros seus lugares
Assim como eu - cínico, sonso
Ideias tão minhas, chega me assusto. Sabe?
Essas astutas e espelhadas são esquisitas
Esquisitas como eu!
Nossa! Que ciclo chato!
Ciclo não, os ciclos se movem no eixo...
Eu não tenho eixo e nem saí do lugar,
continuo na minha estorinha, no meu poema.
Vou fazer de conta que nunca saí do lugar
Fingirei que nunca escrevi nada
Voltarei dissimulado, como quem nada fez - o usual
E sorrirei ao me perguntarem sobre o que pensei quando escrevi isso.
Nada.

sábado, 26 de julho de 2014

retalho de bolso

roubada de mim, não como naqueles casos de televisão
levada à força, saboreava-a ainda
sem sequer esperar terminar o teu doce
fostes longe, longe, longe.. nge
o que restou foi o pedaço de tuas dobras, recortes e tintas

acesa ainda em mim, a inocência, a eloquência desta efêmera
sonhos e pesadelos eternos que pareceriam durar mais
antigos infinitos, presentes e pautados...
agora longe da ilha, onde ficaram as boas lembranças, estou a navegar
com essa nova casca, este novo casco, este novo mar...

martírio adulto, teimoso infanto - EU
eu marujo de mares revoltos nos baldes,
eu cozinheiro de terra e plantas rasteiras
eu alquimista de qualquer porção magica
me transformei sapo, me pus templário, me encontrei perdido...

E como findam toda e qualquer infância: fui astronauta.
Em negociação com o tempo jamais permitiria levarem o (tao)meu,
direito de visitar as estrelas, ver os espaços, debruçar-me sobre os planetas,
brincar nos mistérios da lua, aconchegar-me em prantos no sol quente...

Escondi este pedaço debaixo das roupas sujas, no bolso com as gudes arranhadas
...talvez por descuido, talvez por bondade...
a vida deixou-me este retalho do tempo, no qual posso ser astronauta novamente
não uso mais o meu distintivo espacial,
prefiro usurpar a gravidade e levitar sobre as realidades que me rondam,
visitar os universos paralelos, as margens siderais, as constelações pessoais,
até mesmo as luas carnais...
Desdobro-me neste plano ou seja lá em qualquer outro canto, vagueando sobre os pesados gravitados que não roubaram seus retalhos .


segunda-feira, 16 de junho de 2014

...



minha monomania
minha sinestesia
minha falta de sincronia
minha tirania
minha bobeira
um caminho...
...pensei
sei lá...
não sei...
somente isso
somente não soube...

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Cartas

Eu abdiquei das cartas do futuro
Abdiquei das cartas do passado
Não quero mais receber as cartas

Suas letras desenhadas
Suas frases engomadas

[Enigmáticas..]

Não irei mais lê-las

[Arcanas...]

Deixei-as numa caixa
Só leio o aqui e o agora
Só encontro com o presente

[Dádivas...]

Cansei de cartas agora só quero presentes
Somente presentes...

sábado, 7 de junho de 2014

Libertat

O nosso medo de compartilhar nossos pensamentos, ressurge dos dogmas e pressupostos das esferas mais comuns que carregam debaixo de si seus grilhões, os quais nos prendem ao cárcere da repetição. Temos medo de expor nossos gostos, frutos, desenhos, cantos, e diversas outras expressões, principalmente quando não estão de acordo às declarações normativas que nos deparamos no dia a dia.
Normas, dogmas, leis, todas sacramentam a idéia de imobilidade de nosso pensamento que é castrado e podado diariamente a cada segundo, a cada outdoor, a cada clique no mouse, no controle remoto [...]
 Ajustados para nos sintonizarmos em uma só freqüência, a de submissão e servidão, nós não questionamos os ditames mais absurdos que nos são arremessados à face nesta vida. Aprendemos cada vez mais a ter nossos sentidos e membros estimulados exclusivamente por um impulso comercial ou eletrônico de alguma antena próxima de alta irradiação. Enquanto que em meu universo não tão paralelo assim (lugar onde ouso achar), ronda-me a idéia de seres criativos, com diversas formas e expressões, não só mentais, mas físicas também. Sorrisos, formas, contornos, vivencias, ideais, raízes diferentes de seres que não podem ser sujeitos a uma monocultura humana que lhes amputa a liberdade e criatividade, restando-os apenas a repetição exaustiva e a infelicidade, acreditando estes, que isso seja a sua única saída dentro de toda eternidade. Ledo engano (ouso afirmar).

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Gente

Muito pouco se compreende
mas muito se prende, repreende, não sente
até que o não contente se torne ausente;

Criação

Se todas as viagens de minha mente escorressem para papéis, o caos estaria lá, mas lá também estariam novos mundos

Despir-me-ei

Enquanto nu pensante
me dispo sem pestanejar
tiro as vestes, reviro minhas peles
tiro mascaras...
QUEIMO TUDO!
Nu, nuelo, pelado, solto
Quisera que teus risos fossem tão soltos quanto a nudez
Mas espero que num instante longe de tua insensatez
descubra o peso de tuas vestes e venha nuar também..


Você...

Desconcerto meu acerto,
que achava que tava certo.
certo mesmo tava, mas agora já nem sei mais...
Já que nunca soube, vai que dá certo...
Dizem que é assim...

Sopa

Vou mesmo é vomitar todos os meus sentidos
e suas percepções em uma sopa de letras
façam elas sentido, ou não.
Quem sabe o encaixe delas traduzam algo
se não, ao menos mate minha fome.

parado(xo)

O tempo passa, os planos mudam, as visões mudam..
O tempo leva os preconceitos, leva as descrenças e as crenças também...
A fé muda, o corpo muda, o ser se transforma, o coração envelhece, a alma cresce...
O tempo nos leva a acreditar num futuro melhor, mas o tempo não existe.
Ele é apenas nossa imaginação...
Sem nós o tempo não existiria, sem ele nós não ficaríamos para trás
basta deixa-lo de lado e seguir nossa caminhada
correndo a brisa do "sem saber" na busca dos nossos sonhos
E seguimos sem pausa... sem tempo.

Unidade

Somos parte do todo.
Quando ajudamos ao próximo, fazemos bem a nós mesmos,
mas não faça o bem pensando em você, faça-o pensando no todo

Somos

Somos metamorfoses constantes de nossas intempéries.

Louco

Ser louco é pouco, eu quero mais...
Ser louco é pouco, eu quero paz.
É pouco...
o som do oco...
do bobo...
do louco....
do solto... vazio de suas mentes
Eu sou louco e não quero pouco
Eu sou bobo, não quero louco
Quero paz, quero mais, quero viver [...]
Nada mais.

Tabu

Tome um banho de chuva.
Fizeram você acreditar que o deixa doente,
mas quebre os tabus e
faça com que te cure!

Movimento

Ninguém é MAU, pois nada é.
Tudo é agora
que vira nada depois

Tudo transcorre como um rio,
em um fluxo que segue sem parar.
Nada é;
Tudo está;
Está em constante mudança,
sem estagnar...

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Incredulidade



Não quero acreditar que foi loucura,
Quero enlouquecer acreditando...
Vou rezar pedindo ...

[que não rasgue mais o peito em vão.]

Vão-se as esperanças planejadas
Vão-se as promessas não faladas
Vão-se as poesias criadas
Vão ser enterradas

[ mais uma vez... ]

E sem ao menos pedir licença,
As chagas que se abriram, arderão...

[não sei por quanto mais...]

A brasa que não virou fogueira
Será apagada de pés descalços...

[Queimará...]

Com direito à apenas um gemido.
Um grito poetizado em letras tortas
que sussurro neste pedaço em branco.
E quem sabe assim, pare de queimar um tanto.
Espero que o Tempo ouça meu suplício
de amar novamente um amor de verdade.

Quem sabe assim o destino não fale tão alto
Quem sabe assim o desatino não pareça tão falso
Quem sabe assim a verdade não fure
Quem sabe assim não vires pedra

Juro que no fundo não sabia,
se soubesse, não seria suicida
se, não teria me jogado.

Quem não costuma acreditar
Quem não queria se entregar
Em um segundo tropeçou
E acreditou...
E se entregou...

Hipócrita de mim mesmo, desisto dos quereres e costumes
aposto não mais nas quimeras,
justaponho meu destino ao que vier.

Espero desde agora...
Sem sofrimentos
Sem amargura
Sem loucura
Sem você...
No entanto, ainda sangro
anestesiado... ferido... calado...

O Belo

Descobri também que em tudo há o belo, pois este é inerente ao ser, seja lá qual for sua face, basta aguçarmos nossos sentidos além dos olhos e perceberemos que a flor também é bela quando esta seca...

Juízes

JUÍZES, JUÍZES, JUÍZES!

Esqueçam a balança quando ela existe,
ela pesa demais!
destrua a balança que insiste em pesar
pega a balança e desiste de tentar julgar
Só joga pesos à assimetria destoante do pesar

Julga, Julga, Julga!

Sai de baixo dos panos de sentenças
papeis de condenação, ordens de prisão
...consumadores sem perdão.

Condena o bobo sem advogado,
calado, estarrecido, sem direção
Julgado, condenado, sentenciado...
CULPADO?

Juiz que quer julgar, JÁ PAROU PRA PENSAR?
Ou melhor, fostes além do PENSAR?
Juiz, procurastes SABER, CONHECER, SENTIR?

Ignora-te, és sentenciado,
...louco ...insano
que se devaneia nos tantos panos de sufocar
SUFOCA A EXISTÊNCIA de não poder se libertar!

Men t s V zi s

e as mentes vazias continuam vagando
se debatem sem perceber, pois são vazias
mas continuam vagando no vazio
continuam assombrando a fantasia,
mas por hora ou outra virão a cair
noutra realidade
tão, tão distante
que vão querer não existir,
nem mesmo vazias.

Calado



Saber calar,
ouvir sem resmungar,
silenciar a boca,
saciar a mente,
compreender o outro.
Entender a maré sem se afetar.
Completar os vazios da melodia alheia
[sem externar]
Saber calar, mas sem deixar a mente gritar.
Fazê-la silenciar, saborear o palato do calmo... do vazio...
da paz...
Sei que quando penso existo. Mas que tal não pensar! (?)
Deixar de existir, falir no silencio do seu eu.
Progredir no escuro do seu âmbar, no reflexo da alma, da polpa do ego solto.
Simplesmente não ser por um instante de segundo,
para que assim possa ir ao nada
e de lá voltar com as respostas.

Inspiração



Engoliu minha inspiração
agora ela tá dentro de você
só há poesia dentro de você
só há som com você
Me engasguei com meus sentimentos
Parece que vou morrer sem ar
Sem ar, fica só a confusão.
Quero respirar!
Quero falar!
Quero mais é amar!

Parece tudo tão simples,
mas tudo me trai tão fácil
as palavras não são mais minhas
não me pertencem...
elas querem ficar com você!
 ...prendo-as involuntariamente
e como um grito de socorro,
meu corpo se contrai, me trai,
me distrai, trazendo outras coisas
da qual não me fazem te esquecer.

Nós



Hoje chorei pela pele.
A lágrima que corria pelos poros tinha seu aroma
E na minha redoma não quis anestésico

Me contorci no ar, num balé de amor
num pranto de saudade
dancei como fosse a tua arte,
a minha outra parte
que deixei com você

Queria paralisar aquele momento
como numa foto que congela e impede os demais olhares
Isola na pura beleza da circunstância
Eternizou aquele beijo, que juntos para sempre
Sem mais uma palavra...
 falou... ouviu... sentiu...

e nos deixou...
...só  eu e você.

Lágrima



Lágrima
Gota molhada de emoção
Que escorre no leito da pele
Rasga a aridez da epiderme
Invade os poros fundos do corpo marcado
Inundam os pontos... os traços... os encontros...
[as linhas do meu destino]
Interrompida por sua digital
Que por ora esteve no meu caminho
Não mais inunda,
Não mais me invade
Só aridez
Só sertão
O solo volta a rachar
Não há lágrima
[Voltou ao normal]
E essas nuvens que assombram a esperança
Fazem-na caminhar nas beiradas dos mundos
Ora seco, ora molhado.