domingo, 28 de setembro de 2014

Sem título



Escrevo os poemas pensando no fim deles
eles são como estorinhas que contamos às crianças
Nascem do nada e vão-se ao nada
Mas acho que todas as coisas são assim.
Assim como os meus poemas, nascem do nada e voltam pro nada
Essas idéias vagueiam por aí e as dou corda, bastante mesmo
Muitas delas saem e voltam sem mesmo perceber, fazem uma farra la fora e voltam cínicas pros seus lugares
Assim como eu - cínico, sonso
Ideias tão minhas, chega me assusto. Sabe?
Essas astutas e espelhadas são esquisitas
Esquisitas como eu!
Nossa! Que ciclo chato!
Ciclo não, os ciclos se movem no eixo...
Eu não tenho eixo e nem saí do lugar,
continuo na minha estorinha, no meu poema.
Vou fazer de conta que nunca saí do lugar
Fingirei que nunca escrevi nada
Voltarei dissimulado, como quem nada fez - o usual
E sorrirei ao me perguntarem sobre o que pensei quando escrevi isso.
Nada.

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