sábado, 3 de outubro de 2015

fluxo

Tem gente no hospital, tem gente na rua, tem gente na praça, tem gente que vai, tem gente que não volta.
É na fila da loja, no posto de gasolina, alguém que foi buscar uma carteira de cigarro para nunca mais.
Há quem fume e morra em casa, há quem não fume e morra a cada dia...
 dentre todos os movimentos, nesta manhã me deparou com os contrastes do amor, os dois pólos, da vida  à morte.
Falo do canto da vida física, limitada, talvez, mas falo de onde estamos, na carne, na terra, matéria.

Assim como a moça que foi na mercearia e não voltou, ou como o ônibus que foi e voltou, ou aquilo que partiu e nos deixou, apenas há incerteza...
O tráfego do cotidiano, o trafego da atipicidade que forma esse caos organizado, dedilhado, onde cada um carrega o seu fluxo e interpassa por outros numa cavidade cardíaca. Não voltar é caminho, morrer também é vida.

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