domingo, 19 de abril de 2015

sensi

Acreditar que tudo o que sinto é transcrito é falácia. Posso deixar umas pistas um borrão, uma carta escrita com caligrafia tremida, mas por mais que tente, nada me garante que a totalidade do sentimento está ali disposto e claro. Prefiro acreditar que por mais longo que seja o que tente dizer, nada passará de um caminho que deve ser percorrido por tua sensibilidade. Nem todos se dispõem a rega-la, por isso acredito nas incompreensões. Sensível mesmo é ir alem dos sentidos, é atingir o que era intangível ao cotidiano, é observar o que se esconde por detrás do breu. A facilidade não é marca, os labirintos estão aí como desafios que escondem possíveis tesouros. Percorrer os labirintos alheios é sensibilidade. Eles foram construídos com as vivências individuais por propósitos distintos e diversos. É interessante vê-los como obras de arte que contemplam uma historia particular regada de derrotas e vitórias, mas solidas diante da vida. São labirintos vivos em plena construção e fragmento, permitem se esconder sob rostos e couraças. Esses encantados emaranhados são cobertos muitas vezes na carta escrita, no desenho feito, ou no borrão esboçado com desesperança. Vê-los é um dom inerente à todos, mas desperto por poucos, basta acreditar em mágica.

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