segunda-feira, 20 de abril de 2015

amor(te)

as paredes que engoliam os gemidos de prazer, nesta noite de chuva choram lagrimas de saudade
o fogão vibra com os urros do céu
a sua chama esta fraca - há pouco gás, escapou 
é o meu rádio que compadece ao meu sofrer 
noite longa 
noite fria 
noite intempestiva
esta casa grande, os corredores sem ar, a busca indeterminada por algo que já vi por ali e sei que não mais está. 
flagelo escolhido,
dor embebida num prazer estranho,
  tudo em mim 
me envolvo nu no lençol, como faríamos
vago descalço no chão morto que se suicidou quando não achou mais os teus pés quentes 
flutuo na erraticidade do teu abandono 
espero a morte que não chega 
espero que encontre-a antes de mim

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